Quem é o vencedor do Prémio António de Macedo 2024?

30 Out 2024

O vencedor do Prémio Literário António de Macedo foi anunciado no Fórum Fantástico! O livro que venceu o prémio foi «A Desaparição da Jéssica Canhoto» escrito por A. M. Catarino. 

A.M. Catarino já contribuiu para várias antologias publicadas pela Editorial Divergência, como «Sangue», «Os Medos da Cidade», «In/sanidade» e «Hopepunk», disponíveis aqui:

Depois de uma dúzia de livros publicados, entre romance, contos e fotografia, lançará a obra vencedora do Prémio António de Macedo em 2025, «A Desaparição de Jéssica Canhoto»!

Fica a conhecer melhor o escritor e a sua obra:

Quando é que A. M. Catarino começou a escrever? Qual foi o primeiro livro que publicou?

Desde criança que fazia as minhas próprias bandas desenhadas, inspiradas nas leituras da Disney e posteriormente da Marvel e da DC. 

Após um interregno na adolescência, tentei escrever ficção pela primeira vez aos 22 anos, depois de concluir a universidade. Confesso que detestei o resultado e acabei por canalizar a minha energia criativa para a fotografia. Ironicamente redescobri a escrita através desse novo hobby. Em 2004 comprei a minha primeira máquina fotográfica digital, passando a partilhar fotografias num blogue.

E como aí tinha espaço para escrever algo a acompanhar as imagens, comecei a escrever pequenos textos ficcionais. Esse blogue foi a génese do meu primeiro livro, intitulado “Fragmentário”, que saiu em 2010, com alguns dos textos e fotografias do blogue, mas também com material original.

Qual foi a maior inspiração para «A Desaparição de Jéssica Canhoto»?

Desde a adolescência que sabia da existência das aparições marianas da Asseiceira, nunca reconhecidas pela Igreja Católica. Sempre me intrigou por que razão as aparições de Fátima teriam sido reconhecidas e as da Asseiceira não, já que eram muito semelhantes.

Ao fotografar um evento religioso ouvi uma alta figura da hierarquia da Igreja justificar o não reconhecimento pelo facto de o testemunho do vidente da Asseiceira não ter sido consistente ao longo das várias entrevistas. E imediatamente pensei que, primeiro, isso poderia ter sucedido por o vidente da Asseiceira ter tido contacto com múltiplas realidades, e, segundo, imaginei uma realidade alternativa em que as aparições da Asseiceira tivessem sido reconhecidas.

“A Desaparição de Jéssica Canhoto” explora as respostas possíveis a essas duas ideias originais.

Qual foi a maior dificuldade na escrita do livro?

A grande dificuldade foi encontrar a forma correta de contar a história. A versão do livro premiada pelo Prémio António de Macedo era já a terceira tentativa de contar a história que tinha na minha cabeça. Costuma dizer-se que à terceira é de vez e, de facto, assim no caso deste livro.

Quais são os autores que mais o influenciam como escritor?

Além dos clássicos Tolkien, Frank Herbert e Philip K. Dick, gosto muito do Neil Gaiman, Alan Moore, George R.R. Martin ou William Gibson.

Que autores portugueses recomenda?

Para além do indispensável António de Macedo, que é autor do “Lovesenda ou o Enigma dos Oito Cristais” (o meu livro preferido de ficção especulativa português, que, para mim, é uma espécie de Lusíadas do género), recomendaria o João Barreiros, o Luís Filipe Silva, o David Soares, e, sem mencionar nomes, aconselhava à descoberta das novas vozes emergentes, que se ouvem, por exemplo, nas antologias da Divergência e Fábrica do Terror.


A obra premiada «A Desaparição de Jéssica Canhoto» irá ser lançada e 2025. Fica atento às nossas novidades da Divergência para acompanhar lançamentos de livros fantásticos, e segue o autor premiado nas redes (Website, Instagram, Facebook).