Carta de Intenções
A cultura portuguesa enfrenta uma época de inúmeros desafios, em especial, no sector da literatura de ficção. Fundar a Editorial Divergência partiu da necessidade de intervir em vários aspectos:
– Desde sempre Portugal foi um ponto de encontro de saberes. Muito antes do seu nascimento, viu passar pelas suas terras inúmeros povos e uma infindável riqueza cultural. Essa fonte inesgotável de mitos e ideias faz, ainda hoje, parte deste povo e necessita de ser preservada, sendo a literatura um dos vectores essenciais.
– A cultura é considerada por alguns como um sector secundário da nossa sociedade. Ouve-se muitas vezes dizer que não é importante, pois não enche o estômago nem a carteira. É evidente que, para além de uma crise económica e social, atravessamos uma crise de valores.
– Durante o último século, avanços tecnológicos e sociais levaram à multiplicação do número de editoras. A redução do preço tornou acessível bons livros, bem como numerosos jornais e revistas, à maioria da população. Todavia, uma grande fatia do actual mercado editorial está assente nos princípios da cultura de massas estandardizada e de fácil digestão, sendo necessário uma mudança de paradigma.
– Em Portugal, quando comparado com outras áreas, a quantidade de livros de ficção publicados encontra-se num franco desequilíbrio com a que é escrita. Há uma clara preferência por autores estrangeiros, enquanto a divulgação de novos autores portugueses de ficção especulativa se encontra negligenciada.
Pelos motivos acima enunciados, a Editorial Divergência pretende destacar-se no mercado editorial português pela publicação e promoção de novos talentos de ficção especulativa portuguesa. Consideramos que tanto o autor como o leitor devem ser valorizados, que o universo editorial não se deve reger pelos grilhões do interesse económico e que a publicação de livros deve causar o mínimo de impacto ambiental. Como tal, baseamos a editora nas seguintes éticas:
– Cuidar do planeta: criamos edições amigas do ambiente, diminuindo os desperdícios e os transportes desnecessários.
– Cuidar dos autores e leitores: os autores recebem o apoio na publicação e divulgação das suas obras, assim como um pagamento justo (10% do preço de capa) pelo seu trabalho, sem que para tal tenham de investir um único cêntimo; os leitores têm acesso a edições de qualidade a um preço acessível.
– Partilha dos lucros: os lucros são usados na editora de modo a poder investir num número crescente de novos autores, publicando e divulgando as suas obras.
Escolhemos o rebento como logótipo, pois representa o novo autor, que precisa de apoio para poder desenvolver os seus trabalhos. Cada uma das folhas representa tanto uma das vertentes da ficção especulativa como uma das éticas da editora.

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