No seguimento do lançamento oficial, no Ateneu Comercial do Porto a 14 de Fevereiro, a FNAC do Allegro de Alfragide foi o espaço anfitrião da apresentação do livro Winepunk – A Guerra das Pipas ao público lisboeta, a 3 de Março.
Pedro Cipriano representou a Editorial Divergência e Rogério Ribeiro a Invicta Imaginária, o colectivo por trás da ideia original esta antologia. João Ventura e João Barreiros, dois dos autores dos contos nela contemplados, completaram a mesa de apresentação.
Depois dos agradecimentos à FNAC, pelo acolhimento, Pedro Cipriano apresentou os restantes oradores e referiu o magnífico trabalho da designer Sandra Maria Teixeira, que não só autorou a capa, como foi responsável pela paginação que incorpora as belíssimas ilustrações de Rui Alex. Em seguida, passou à apresentação do colectivo Invicta Imaginária, passando a palavra ao seu representante.
Rogério Ribeiro falou da ideia inicial de AMP Rodriguez e Joana Neto Lima, que os levou a criar o conceito do Winepunk, como um género de origem histórica de paisagem urbana, privilegiando o Porto e o seu vinho, no seguimento das correntes do cyberpunk e do steampunk. Pegando na última tentativa da Monarquia de se reimplantar em Portugal, em 1919, criou-se uma corrente histórica divergente, potenciada por uma vantagem tecnológica baseada no vinho do Porto. Casando história e fantasia, foi este o desafio apresentado aos autores, segundo regras restritas, de forma a manter a coerência interna do livro. Foram eles que preencheram o mundo com personagens e situações que levassem a viver esta história alternativa.
João Ventura explicou que, para o seu conto, e de forma a manter-se dentro dos limites idealizados e usar o vinho como condição essencial, imaginou as vinhas do Douro a produzir de forma espectacular, de modo a que se resolvesse o grande problema da Monarquia do Norte de falta de combustível.
João Barreiros, com a sua jovialidade habitual, falou sobre a alternativa que imaginou, criando uma tecnologia de plasma de uva, criado através de feixes de micro-ondas. Para além disso, introduziu o conceito dos vinhos alucinogénios, que permitiam o acesso a uma “supergigabiblioteca” do futuro, transferindo o conhecimento para o passado e injectando conhecimento tecnológico na Monarquia do Norte. Fez ainda referência aos monstros que criou para o seu conto, aconselhando os leitores a conhecê-los e descrevendo-os como “extremamente fofinhos”.
Referiu-se ainda algumas “piruetas” dadas na História, como por exemplo o casamento de D. Manuel II com Mary Pickford, que garantiu, na história alternativa, o apoio americano à Monarquia do Norte, o que teve a intenção de criar o ambiente politico-militar que enquadrasse as histórias.
Foi feita novamente referência às ilustrações de Rui Alex, que Pedro Cipriano confessou serem uma parte muito importante do projecto, depois de enumerar os restantes autores presentes no livro. João Barreiros destacou o facto de que os livros teriam começado por serem todos ilustrados e que terá sido uma certa tendência tardia de considerar edições ilustradas menores a responsável pelo desaparecimento da ilustração do livro, coisa que esta edição do Winepunk também contraria.
No final, os autores acederam graciosamente a autografar os exemplares a eles submetidos pelos membros do público presentes.
O livro estará à venda na loja da FNAC de Alfragide nos próximos dias. Poderá também ser adquirido directamente na nossa loja.