Por detrás de um grande livro, está sempre um grande escritor.
Como tal, desafiamos o autor do livro Filhos da Raia – Jorge Afonso – a contar-nos algumas curiosidades sobre si, que partilhamos agora com vocês para que possam conhecer um lado diferente, mais pessoal.
“1) Nasci em França e vim para Portugal com 17 anos. Felizmente tive aulas de Português da primária ao 9º ano e viajava para Portugal três vezes por ano (férias da Páscoa, verão e Natal). Apesar de ter trocado uma cidade como Bordéus por uma aldeia do interior transmontano, a adaptação a essa nova realidade foi muito fácil.
2) Sou um primo afastado do ator Pêpê Rapazote. A família Rapazote era uma das mais abastadas e influentes do distrito de Bragança. Alguns desses antepassados foram donos de muitas terras, ministros de Salazar, legisladores, presidentes de câmaras, militares graduados, ricos comerciantes… A avó paterna da minha mãe pertencia a essa família de tradições muito vincadas e teve o azar de amar o homem errado. A “menina rica” apaixonara-se por um almocreve de bolsos vazios, galego e vagabundo, sem eira nem beira. A família opusera-se com veemência e a bela transmontana fugiu com o seu galego para uma aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros a fim de casar, mesmo contra a vontade dos pais, e constituir família. Resta dizer que a ousadia lhe custou a herança e que tanto o meu avô paterno (filho) como a minha mãe (neta) nunca conheceram essa opulência. Bem pelo contrário…
3) Adoro a cidade do Porto e, sempre que posso, gosto de me embrenhar pela zona ribeirinha e explorar as ruas e os bairros onde se respira a gloriosa História da cidade e da nação.
4) Sou muito apegado à terra, ao “Reino Maravilhoso” que é a região transmontana e às tradições milenares. O meu porto de abrigo, o meu refúgio, chama-se Bemposta e fica no extremo do concelho de Mogadouro, colada ao Douro das arribas vertiginosas e a Espanha. Como todos os raianos, mantenho uma forte ligação a Espanha onde tenho muitos amigos e onde me sinto quase em casa. A aldeia de Bemposta é a tela de fundo dos meus dois primeiros romances.
5) Infelizmente, descobri o prazer da escrita bastante tarde, por volta dos 20 e poucos anos, mas só ganhei coragem de arriscar por volta dos 40. Nunca é tarde para experimentar coisas novas, mas, se pudesse voltar atrás, teria começado esta aventura muito mais cedo.”
Esperamos que tenham gostado de descobrir um pouco mais sobre o autor!